JAC E-JS1: É Bom? Avaliação, Consumo e Problemas 2024

A engenharia automotiva avançou consideravelmente, alterando o panorama dos veículos em relação ao passado. Atualmente, não se observa mais uma disparidade tão significativa entre modelos do mesmo segmento, e é raro encontrar carros deficientes nas ruas. Contudo, como lidar quando uma marca introduz um problema que compromete um produto de qualidade, diminuindo seu destaque com algo que, na realidade, poderia ter sido evitado? Vamos examinar essa questão e ver se você concorda com nossa análise!

O JAC E-JS1

Antes mesmo de analisarmos o JAC E-JS1, é evidente a colaboração com a Volkswagen. Os para-choques e os faróis trazem um toque da marca alemã. Atualmente, o E-JS1 é o carro elétrico mais acessível do Brasil – embora o Kwid E-Tech tenha sido anunciado em pré-venda recentemente e seja mais econômico, sua disponibilidade real está prevista apenas para agosto.

Apesar disso, desembolsar a quantia elevada de R$ 165.000 por um subcompacto pode parecer absurdo, porém ainda é consideravelmente mais econômico do que outros modelos semelhantes presentes em nosso comparativo de elétricos de entrada.

Embora o JAC E-JS1 compartilhe semelhanças em tamanho com o Fiat 500e, a diferença de preço é significativa, cerca de R$ 90 mil mais barato, justamente por oferecer menos. Na cabine, o acabamento é mais simples, embora tenha um design encantador, e menos recursos – incluindo apenas um carregador sem fio, faróis de LED e ar-condicionado digital (mas não automático). Por outro lado, o espaço no banco traseiro supera o do 500e e do Mini, embora isso resulte em um porta-malas reduzido, com capacidade de apenas 121 litros.

Encontrar uma posição confortável para dirigir não é tão simples: falta ajuste de profundidade do volante e altura do banco do motorista. O painel de instrumentos lembra o do Mini, fornecendo informações essenciais, enquanto a alavanca de câmbio – semelhante à dos Mercedes-Benz – está localizada na coluna de direção.

Em movimento, o JAC E-JS1, o carro elétrico mais acessível do Brasil, pode ser considerado o “1.0 dos elétricos”: sua potência de 62 cv é quase a metade da do Fiat 500e. No entanto, seus 150 Nm de torque são equivalentes aos de um motor 1.5, garantindo arrancadas suaves e uma aceleração de 0 a 100 km/h em 10,7 segundos em um carro leve.

Com potência limitada e velocidade máxima de 110 km/h, direção leve e suspensões suaves, o E-JS1 é ainda mais adequado para a condução urbana do que os outros elétricos do comparativo.

O motor-gerador do JAC E-JS1 demonstra excelente capacidade de regeneração, permitindo uma condução com apenas um pedal em velocidades médias/altas, proporcionando uma frenagem eficaz até quase a parada completa. Isso dá ao motorista a liberdade de decidir se deseja parar completamente ou aproveitar a inércia, conforme o fluxo do trânsito.

Apesar de ser considerado um carro urbano decente, o JAC E-JS1, o carro elétrico mais acessível do Brasil, fica aquém dos demais modelos testados nesta edição, principalmente devido ao seu ajuste fino. Ao interromper a regeneração, o freio convencional nem sempre responde prontamente (é importante ficar atento a isso).

A direção de um pedal pode ser um pouco incômoda, já que a resposta ao acelerador não é muito precisa. Além disso, a suspensão é excessivamente macia e mal calibrada, resultando em batidas frequentes. O sistema de controle de estabilidade (ESP) é sensível demais e intervém excessivamente, cortando a potência de forma significativa.

A luz de freio que não acende durante a regeneração pode assustar os motoristas que estão atrás, adicionando um elemento de preocupação à experiência de condução. Além disso, o padrão de carregamento é diferente, o que requer um adaptador para uso em carregadores rápidos, vendido separadamente por R$ 14.000.

Apesar de não ser um carro elétrico perfeito, o E-JS1 pode ser uma escolha viável para aqueles que buscam um veículo elétrico simples para uso diário na cidade. No entanto, é importante ressaltar que por um acréscimo de R$ 40 mil, é possível adquirir um Renault Zoe na versão básica Zen. Nesse caso, o modelo francês oferece mais espaço, potência, conforto e autonomia, tornando-se um upgrade praticamente irresistível.

Consumo do JAC E-JS1

A lógica dos carros a combustão se reflete aqui: menos potência resulta em menor consumo. Afinal, ser ecologicamente consciente é sinônimo de economia, não é mesmo? Considerando a potência, poderia-se esperar uma maior economia: conseguimos registrar uma média de 8,8 km/kWh na cidade e 7,7 km/kWh na estrada.

Seria a culpa da bateria de fosfato de ferro-lítio, mais econômica? Por fim, embora a autonomia oficial seja de 302 quilômetros, alguns testes revelaram que não ultrapassamos os 240 quilômetros de alcance real.

Problemas do JAC E-JS1

Recarga

Optar por uma recarga rápida em eletropostos, que vai de 15% a 85% de capacidade, levará apenas 1 hora. No entanto, nem sempre é fácil encontrar um local adequado para recarregar rapidamente, o que tem sido um problema recorrente para os proprietários de carros elétricos. O aumento das vendas desses veículos tem dificultado ainda mais a recarga em estabelecimentos públicos.

Testes Latin NCAP

O JAC E-JS1 é o primeiro carro elétrico avaliado pelo Latin NCAP e não obteve pontuação nos testes de impacto. O Latin NCAP divulgou uma nova rodada de testes de impacto para veículos novos na América Latina e no Caribe, apresentando a primeira avaliação de um carro elétrico: o JAC E-JS1, produzido na China e vendido no Brasil, que não obteve pontuação nos testes.

De acordo com a avaliação, o subcompacto elétrico, equipado com airbag duplo frontal, não obteve pontuação em segurança para os ocupantes adultos e alcançou apenas 6,3% na proteção para crianças. As notas prosseguiram com 20,3% na proteção para pedestres e usuários vulneráveis das estradas e 7% em assistência à segurança.

No teste de impacto frontal, a estrutura foi considerada instável pelo Latin NCAP. Outros aspectos que contribuíram para a ausência de estrelas do JAC E-JS1 foram a proteção torácica classificada como pobre para o motorista, com alta probabilidade de ferimentos e risco de vida, e a falha do sistema de corte de emergência para evitar o risco de choque elétrico pós-colisão.

Embora a cabeça e a pelve tenham apresentado boa proteção nos testes de impacto lateral, o abdômen e o tórax mostraram proteção deficiente. Não foi realizado o teste de impacto lateral de poste, pois o modelo não oferece proteção lateral para a cabeça, nem como opcional. Além disso, observou-se um desgaste anormal nos pneus durante os testes de estabilidade, tão severo que a avaliação precisou ser interrompida.

JAC E-JS1 Fotos

JAC E-JS1 Interior