Volkswagen Amarok vale a pena comprar? É Bom de revenda? Manutenção é cara? 2024

Ao contrário do ramo sul-africano da Volkswagen, a subsidiária brasileira optou por realizar apenas pequenas modificações na antiga picape, em vez de adotar o projeto da Ford. O modelo apresenta um desempenho impressionante, mas deixa a desejar consideravelmente em termos de tecnologias de segurança e comodidade. Diante disso, surge a pergunta: será que vale a pena comprar a Volkswagen Amarok? Ela tem uma boa reputação de revenda? E quanto aos custos de manutenção, são elevados?

A Volkswagen Amarok Vale a Pena?

A história da picape Amarok tem sido cheia de reviravoltas desde o começo. Logo no seu lançamento, houve um grande deslize por parte do departamento de marketing da VW. A picape foi disponibilizada apenas com transmissão manual, apesar da demanda do mercado por uma opção automática. E quando essa opção finalmente chegou, demorou um bocado. Além disso, um problema sério surgiu: em vez de usar uma corrente, o motor foi projetado com uma correia dentada no sistema de comando. No entanto, o compartimento do motor não estava bem selado, o que permitia a entrada de poeira. Esse problema se tornava ainda mais problemático em ambientes com ar contaminado, como em regiões de mineração, onde a poeira abrasiva reduzia ainda mais a vida útil da correia. Dificilmente ela alcançava a marca dos 120 mil quilômetros prometida pela fábrica. Diante de todas essas considerações, surge a pergunta: será que vale a pena comprar a Volkswagen Amarok?

Depois de batalhar para melhorar a vedação do espaço, os engenheiros da Volkswagen optaram por implementar um sistema de ventilação avançado. Isso teve como resultado a prevenção da entrada de poeira. Entre os diversos problemas frequentes, houve reclamações significativas relacionadas à válvula EGR (que recircula gases) e à bomba de combustível. A manutenção desses componentes é tão complicada que até gerou uma espécie de lenda: um certo Tiago, que possui uma oficina em Goiânia, tornou-se famoso por receber Amaroks de todas as partes do país para resolver problemas que nem mesmo as concessionárias autorizadas conseguiam solucionar.

Introduzida no mercado em 2010, a picape passou por um período de cinco anos até se envolver em um dos maiores escândalos da história da indústria automotiva global. Devido à presença do motor 2.0 turbo diesel, ela foi implicada no caso de manipulação de emissões concebido pela Volkswagen e que se espalhou pelo mundo, sendo primeiro identificado nos Estados Unidos. No Brasil, a repercussão incluiu pesadas multas, a necessidade de recall para reprogramar o software de injeção e uma série de ações judiciais que afetaram consideravelmente a reputação do veículo.

VW Amarok na América Latina

Na região sul-americana, a colaboração entre as duas marcas parecia até mais viável, considerando que ambas fabricam picapes na Argentina, inclusive na mesma cidade, praticamente lado a lado. Tanto a Ford quanto a Volkswagen importam de lá a Ranger e a Amarok, o que à primeira vista parecia uma situação muito favorável.

Contudo, a realidade não se mostrou tão simples, e os ânimos dos executivos da marca alemã azedaram consideravelmente. Isso aconteceu porque eles não aprovaram o orçamento apresentado pelos norte-americanos para transferir a plataforma da Ranger para a área onde é produzida a Amarok, do outro lado da fronteira.

Informações da Ford revelaram que os executivos da Volkswagen alegaram que o montante solicitado era excessivamente elevado, o que resultaria em aumento de custos, tornando difícil alcançar uma margem de lucro razoável na venda da Amarok no Brasil. A Ford ficou surpresa com essa alegação, visto que na Argentina ela aplicou os mesmos critérios que seus parceiros sul-africanos para definir os valores que foram aceitos pela Volkswagen lá.

Após discussões e negociações infrutíferas, a colaboração na América do Sul foi desfeita. Diante disso, qual caminho a Volkswagen decidiu tomar? A solução foi submeter a malograda Amarok a uma atualização significativa, investindo em um “rejuvenescimento” para torná-la mais similar ao modelo produzido na África do Sul. Essa transformação envolveu ajustes tanto na parte externa quanto no interior, incluindo a integração de dispositivos eletrônicos para disfarçar a sua imagem antiquada.

Valor na Revenda

O desempenho de vendas nunca realmente decolou: no último ano, a Amarok mais uma vez ocupou a última posição na lista, com um volume de apenas 500 unidades vendidas por mês. Comparativamente, a Toyota Hilux alcançou a marca de 4.000 unidades mensais. No passado, a Amarok estava disponível com duas opções de motor: o 2.0 de 4 cilindros (associado ao “Dieselgate”) e o V6. No entanto, o primeiro motor foi interrompido devido à sua incompatibilidade com as normas ambientais em vigor.

Esse fato exerce um impacto direto sobre o valor de revenda. A rede de concessionárias da VW não possui informações concretas sobre a data de lançamento da nova (ou “retrabalhada”) Amarok. Por outro lado, a fábrica tem como objetivo comercializar 15 mil unidades até o final deste ano.

Colocação da Amarok em Termos de Desvalorização

A Amarok ocupa a vigésima posição na lista dos carros que mais sofrem desvalorização no mercado nacional, sendo a segunda picape média presente. Quando se completa um ano de uso, a picape da Volkswagen apresenta uma depreciação de 16,4%.

Custo de Manutenção

Quando se trata de manutenção, os números falam por si. As revisões ao longo do tempo demonstram um padrão de despesa considerável. A cada 10.000 km percorridos, os valores são de R$ 1.363,30 e R$ 1.404,20 para os modelos 2.0 TDI e 3.0 TDI, respectivamente. Esses números aumentam progressivamente a cada nova marca de quilometragem.

Ao alcançar 20.000 km, os custos saltam para R$ 1.790,84 e R$ 2.041,74, novamente para os mesmos modelos. Essa tendência persiste ao longo dos intervalos de manutenção subsequentes.

Volkswagen Amarok Fotos

Volkswagen Amarok Fotos Interior