Ford Maverick usado, vale a pena comprar em 2024? Vantagens e Desvantagens 2025

O Ford Maverick teve destaque no Salão do Automóvel de São Paulo em 1972. Ele surgiu nos EUA em 1969 como um carro acessível, confiável e de manutenção simples, seguindo o legado do Ford Falcon. No Brasil, estava entre o popular Ford Corcel e o elegante Ford Galaxie, buscando competir com o Chevrolet Opala. Agora, em 2024, vamos analisar se o Ford Maverick usado é uma boa compra, considerando suas vantagens e desvantagens.

Vantagens de Comprar um Ford Maverick usado

O Ford Maverick é um carro do mercado brasileiro que ganhou status de mito, especialmente entre aqueles que desconhecem sua história no país. Muitos associam o Maverick à versão GT V8, com seu motor de 5.0 litros capaz de gerar até 197 hp SAE com o carburador de corpo duplo original. Se fosse medido conforme as normas atuais da ABNT, teria cerca de 140 cv.

Motor V8

O motor V8 do Ford Maverick oferecia um consumo de 7,2 km por litro, disponível nas versões Super e Super Luxo. Importado, tinha uma cilindrada de 5 litros e gerava 197 cv. Na versão GT, que era esportiva, o Maverick alcançava de 0 a 100 km/h em 11,6 segundos e atingia uma velocidade máxima de 175,6 km/h. Foi com esse motor V8 que o Maverick conquistou sua primeira vitória nas pistas, superando o Chevrolet Opala nas 25 horas de Interlagos de 1973.

O motor V8 do Ford Maverick recebeu melhorias significativas, como um carburador Holley de corpo quádruplo, coletor Edelbrock, comando de válvulas Iskenderian, cabeçotes com tuchos sólidos, molas duplas e juntas mais finas, elevando sua potência para 257 cv. Essa potência permitia ao Maverick acelerar de 0 a 100 km/h em 7,8 segundos e atingir 200 km/h. Avaliado em julho de 1974, o Maverick Quadrijet demandava habilidade nas arrancadas para evitar a perda de tração dos pneus devido à alta potência. A taxa de compressão mais alta exigia o uso de gasolina azul, resultando em um consumo variando de 2,2 a 6,5 km/l.

Motor 2.3

A Ford introduziu o motor 2.3 de 4 cilindros, com comando de válvulas no cabeçote e fluxo cruzado de gases, em junho de 1975, buscando melhorar a economia de combustível. Com seus 2,3 litros de cilindrada, o motor gerava 99 cv declarados. Fabricado na nova fábrica de motores em Taubaté, esse motor proporcionou ao Maverick um desempenho mais ágil: o tempo de 0 a 100 km/h diminuía para 15,3 segundos, enquanto a velocidade máxima aumentava para 155 km/h. O consumo era de 9,1 km/l.

A introdução do motor 2.3 no Ford Maverick trouxe benefícios como menor peso sobre o eixo dianteiro, resultando em melhor estabilidade. No entanto, essa melhoria não foi suficiente para resgatar a imagem do Maverick. Em comparação com o Opel Rekord, base do Opala, o Opala oferecia mais espaço interno e pesava cerca de 150 kg a menos, o que se refletia diretamente no consumo e desempenho.

Maverick Quatro Portas

Com o tempo, a linha Maverick foi expandida. No final de 1973, quase início de 1974, o modelo sedã com quatro portas foi lançado. Até então, o Maverick estava disponível apenas com duas portas, enquanto seu concorrente da GM já oferecia a opção familiar há algum tempo. O Maverick quatro portas, chamado de “Sedan”, teve um aumento na distância entre-eixos, passando para 2,79 m, o que melhorou significativamente o espaço interno anteriormente criticado.

Desvantagens de Comprar um Ford Maverick usado

Design na Estreia Brasileira

O design escolhido para a estreia do Ford Maverick no Brasil, com uma carroceria de duas portas e estilo fastback, apresentou algumas desvantagens. Com um entre-eixos limitado em 2,61 metros, o espaço e o acesso ao banco traseiro eram bastante restritos. Além disso, as portas eram enormes e pesadas, dificultando sua abertura e fechamento, especialmente em terrenos inclinados. A ausência de direção hidráulica nos modelos iniciais, sem opção como acessório, resultava em um sistema de direção pesado, que exigia várias voltas de batente a batente e cansava o motorista devido ao peso.

Motorização

O lançamento do Ford Maverick ocorreu apenas em junho de 1973, após a implementação de alterações, como a introdução do motor de seis cilindros, com 3 litros e 112 cv. Esse motor, derivado de um antigo projeto da Willys, diferia bastante do motor utilizado no Maverick norte-americano, ainda mantendo válvulas de escapamento no bloco. No entanto, seu desempenho ficava aquém do esperado, com uma aceleração de 0 a 100 km/h em 20,8 segundos e velocidade máxima de 150 km/h, além de um consumo médio de 7,7 km/l.

Superaquecimento

As primeiras unidades do Ford Maverick também enfrentaram problemas de superaquecimento do motor 3.0, que rapidamente aumentava de temperatura sob exigência intensa, assim como um sistema de freios subdimensionado que não era eficiente o suficiente para parar o Maverick com eficácia. Esses problemas foram uma série de desafios enfrentados pelo modelo 1977.

Declínio do Ford Maverick

A segunda fase do Ford Maverick no Brasil teve início em 1977, com várias mudanças técnicas e de design. No entanto, o fim do Maverick foi selado pela própria Ford com o lançamento do Corcel II em 1978. Mais leve e eficiente, o novo carro apresentava linhas mais modernas e retilíneas, o que acentuou ainda mais o envelhecimento do estilo do Maverick.

Vale a Pena?

A Ford cogitou realizar uma reestilização completa do Maverick, porém, devido ao cenário econômico incerto em 1979, o modelo foi descontinuado. Com pouco mais de 108.000 unidades produzidas, muitos Maverick acabaram sucateados ao longo das décadas de 1980 e 90. Estima-se que apenas 7% dos Maverick produzidos no Brasil estejam em condição de rodagem hoje. A questão de se vale a pena adquirir um Ford Maverick usado em 2024 depende de fatores como estado de conservação, manutenção e disponibilidade de peças, além do valor sentimental e histórico que o carro pode representar para o comprador.

As unidades remanescentes do Ford Maverick se destacam como modelos altamente valorizados no mercado de carros antigos, especialmente os GT com motor V8 original, que alcançam um valor aproximado de R$ 250.000. Os modelos ainda mais raros, como os Quadrijet, podem superar os R$ 300.000 devido à sua exclusividade e características únicas. Essa valorização reflete não apenas a qualidade e desempenho do Maverick, mas também seu status como um ícone da história automotiva brasileira.

Fotos do Maverick

Detalhes do Maverick