Gol 1000 96: O último gol quadrado 2024

Com seu design considerado feio, espaço apertado e tecnologia básica, o Gol 1000 representou o encerramento da primeira fase do enorme sucesso da Volkswagen.

Originário como o clássico Volkswagen básico, sem frescuras, com uma estética discreta e um motor modesto, o 1300 refrigerado a ar enfrentou desafios, especialmente com dois carburadores e combustível a álcool. Mesmo com alguns percalços no início, o veículo deu a volta por cima e conquistou o posto de hatch compacto mais eficiente do Brasil nas décadas de 1980 e 1990, culminando em sua última versão, o Gol 1000 96.

Como Chegaram no Gol 1000 96?

Em 1980, o modelo teve seus primeiros passos enfrentando desafios com a tecnologia antiquada dos motores refrigerados a ar da Volkswagen. Mesmo assim, conquistou um público fiel aos motores VW 1600, alcançando altas vendas entre 1981 e 1982 ao adotar o motor a gasolina 1600, o mesmo presente nos modelos Brasília e Variant.

Com a entrada do Fiat Uno em 1983 e a modernização dos motores do Chevette Hatch, a filial brasileira solicitou à matriz na Alemanha o lançamento da versão esportiva, o Gol GT 1.8. Inicialmente negada devido aos fracassos dos modelos esportivos SP2, TL Esport e Karmann Ghia, a montadora hesitou. No entanto, o Gol GT 1.8 foi lançado em 1984 e se tornou um sucesso absoluto, transformando-se em uma verdadeira lenda, desde o modesto Gol 1300 até o potente GT 1.8.

De 1980 a 1983

O Gol contou com motores 1300 e 1600 refrigerados a ar. Em 1984, uma mudança significativa ocorreu com a introdução do motor MD 270 1.8, acompanhado por um câmbio de 4 marchas, exclusivamente para a versão esportiva GT.

No ano de 1985

O Gol GT 1.8 recebeu a primeira versão nacional do Motor AP 1.8. As versões intermediárias S e LS, no mesmo ano, passaram a ser equipadas com o motor MD-270 1.6 refrigerado a ar, dispondo de um câmbio de 4 marchas e a opção de um câmbio de 5 marchas.

Em 1986

as versões S e LS foram agraciadas com os renomados motores AP 1.6. Este também marcou o último ano de produção do Gol BX com motor 1600 refrigerado a ar.

Entre 1987 e 1994

o Gol GTS 1.8S, uma versão esportiva carburada, deixou sua marca na história com um design esportivo e um desempenho excelente. Em 1989, o mercado viu a chegada do Gol GTi 2.0, sendo o primeiro carro nacional com injeção multiponto.

Durante a parceria FordWagen, que ocorreu entre 1989 e 1996, o Gol foi equipado com motores Ford CHT 1.6 e 1.0. Nos anos 1995 e 1996, o modelo estava disponível exclusivamente na versão Gol 1000, juntamente com o Gol bola.

O Gol 1000, em sua última iteração, foi descontinuado em 1996, dando lugar ao retorno do AP1600 na versão básica denominada CL. Neste mesmo ano, o mundo testemunhou a segunda geração do célebre Gol GTI, agora equipado com um novo motor 2.0 de 16 válvulas, fornecendo 145 cavalos de potência, compartilhando o mesmo propulsor do Golf alemão.

Dados Técnicos do Gol 1000 96

Design

O design do Gol 1000 96 exibe características marcantes que refletem a evolução do modelo. Destacam-se as frentes equipadas com lentes retangulares, uma mudança implementada em 1991 para atender às regulamentações de exportação para outros países. A grade de ar, confeccionada em plástico com frisos horizontais, contribui para a estética única do veículo. Os para-choques, envolventes e grafite, conferem um toque contemporâneo ao conjunto.

As rodas de aço, pertencentes à família BX e com dimensões de 145/80 R13, complementam o visual do Gol 1000 96. Os retrovisores panorâmicos, ajustáveis manualmente, e as maçanetas na cor preta são elementos que agregam funcionalidade e estilo ao carro. As lanternas traseiras tricolores não apenas impressionam esteticamente, mas também desempenham de maneira eficiente sua função.

O toque final do design é dado pelo limpador de vidro traseiro, proporcionando praticidade adicional em condições climáticas desafiadoras. A identidade do modelo é ressaltada com o logo “Gol 1000” presente na tampa do porta-malas, marcando assim a singularidade desta versão do veículo.

Interior

O espaço interno do Gol 1000 96 representava uma desvantagem notável. Inspirado no esportivo alemão Scirocco, o veículo apresentava um banco traseiro restrito a adultos de estatura mais reduzida. A disposição vertical do estepe agravava a situação, limitando o espaço no porta-malas a 145 litros, enquanto o volante era deslocado para a direita.

As portas, minimamente forradas, evidenciavam a abordagem mais simples no interior. O painel satélite, com mostradores básicos, e o volante espumado de dois raios destacavam-se pelo design funcional. Quebra-ventos fixos e ventilação forçada, juntamente com um ventilador de três velocidades, proporcionavam o conforto essencial.

O Gol 1000 96 era equipado com ar-quente, acendedor de cigarros, cinzeiro, acionamento manual basculante e acabamento de bancos e portas em tecido plástico. A regulagem do encosto de cabeça era disponível apenas nos bancos dianteiros. Quanto aos opcionais, havia poucas escolhas, incluindo retrovisor direito, desembaçador, acendedor de cigarros e limpador do vidro traseiro.

Um adicional notável era o desembaçador elétrico dos vidros traseiros, reforçando a atenção aos detalhes na configuração interna do Gol 1000 96.

Motorização

O motor 1.0 CHT, rebatizado como AE, desempenhava seu papel como um modelo popular 1.0 carburado, oferecendo um desempenho bastante modesto. Entregava simpáticos 50 CV de potência, acelerando de 0 a 100 em 20 segundos e atingindo uma velocidade final de 133,7 km/h. O câmbio de 5 marchas era suave, com engates precisos. No entanto, mesmo com a quinta marcha engatada a 100 km/h, o carro solicitava alguns cavalos adicionais.

Estrutura

O sistema de transmissão, com engates precisos e suaves, superava o do Mille, seu concorrente direto. A direção mantinha o melhor equilíbrio entre precisão e leveza. Apesar das limitações, a dirigibilidade era agradável. As suspensões adotavam o sistema McPherson na frente e eixo de torção na parte traseira, proporcionando uma estabilidade considerável, especialmente em curvas de alta e retas. As rodas aro 13, equipadas com pneus finos de medida 145, contribuíam para o desempenho eficiente do conjunto do projeto, que, mesmo considerado atualizado para a época, mostrava-se eficaz em diversas condições de condução.

Ascensão e Queda do Gol 1000

A simplicidade descomplicada reduziu o preço em 17% em comparação ao Gol CL, até então o VW mais acessível. Contudo, foi exatamente essa simplicidade que determinou o destino do Gol 1000: a Fiat já havia desenvolvido um sistema de ignição estática para o Mille, que oferecia até quatro portas.

A entrada do Chevrolet Corsa com injeção eletrônica em 1994 envelheceu todo o segmento, que também foi impactado pela presença de importados como Peugeot 106, Daihatsu Cuore e Subaru Vivio. A Volkswagen recuperou a competitividade no segmento apenas com o Gol 1000i Plus, em 1995, apelidado de Papa Corsa e baseado na segunda geração, conhecida como AB9.

Mesmo assim, o primeiro Gol 1000 resistiu até o segundo semestre de 1996. O último dos Gol “quadrados” saudou os recém-chegados Ford Fiesta 1.0 e Fiat Palio EDX.

Consumo do Gol 1000 96

O consumo do Gol 1000 revelava a limitação do motor, registrando uma média de 11,83 km/l, abaixo dos 13,53 do Gol CL equipado com motor AE de 1,6 litro e 73 CV.

Preço do Gol 1000 96

Atualmente, restam poucos exemplares disponíveis para compra em plataformas de veículos usados. Segundo a tabela Fipe, o Gol 1000 96 é avaliado em pouco menos de R$10.000.

E aí, essa viagem no tempo também te ativou boas memórias dos tempos antigos? Deixe-nos sua experiencia com o golzinho!

Gol 1000 96 Fotos

Gol 1000 96 Fotos Interior